A Cristã e o Mouro.
Por Maria Eduarda da Sileveira Schüler
É uma época de escravatura, a aldeia cristã foi invadida por Mouros e vários homens e mulheres foram levados para vender como escravos.
Alguns desses escravos foram vendidos para um único califa, o mouro Mustafá, um homem sem nenhum sentimento, apenas frieza. Ele não ligava para como os seus escravos eram tratados, ele apenas queria o trabalho terminado, não se importando se eles estão doentes ou cansados.
O califa possuía muitos escravos, mas, não apenas cristãos, também muçulmanos. Ele desprezava até mesmo seus semelhantes. Mas havia uma Cristã, pelo qual ele sentiu algo diferente, algo que nunca sentiu por suas esposas, algo que doía quando suas esposas a tratavam mal. Ele queria lhe fazer carinho, lhe proteger e ama-la como se não houvesse amanhã.
Mustafá foi falar com a cristã, mas não sabia o que dizer a ela, então apenas ficou a fitando, mas a cristã percebeu. Ela nunca havia visto pessoalmente o Califa, mas por algum motivo sabia que era ele.
-Deseja algo, senhor?- perguntou ela
-Sim desejo saber o seu nome!- disse Mustafá, rígido como sempre.
- Maria, senhor. Desculpe-me intrometer mas, porque desejava saber meu nome?- perguntou Maria, um tanto quanto curiosa.
-Por... nada, apenas gostaria de saber um pouco sobre meus empregados.- disse Mustafá um pouco nervoso.
- oh, que gentil da sua parte senhor- disse Maria, surpresa
-Maria, você sente saudade da sua família?- perguntou Mustafá.
- Sim, mas principalmente de minha mãe, meu pai doente e de minha irmãzinha mais nova- disse Maria.
- Maria você é casada? ou Noiva?- perguntou Mustafá.
- Noiva senhor, mas é um casamento arranjado, para conseguir os remédios de meu pai, no final desse ano eu volto, casar-me.- disse Maria cabisbaixa
- mas você não o ama?- perguntou ele
- Não senhor- respondeu Maria
- Você vai se casa com ele só para consegui os remédios para seu pai?- perguntou ele
- Sim senhor- Respondeu Maria
- Maria, você pode me chamar de Mustafá.- disse o Califa
Logo após, Mustafá pediu licença e se retirou. Maria se questionou se ele fosse um bom homem, mas logo voltou ao trabalho.
- "Califa poderia ser um bom Homem?", pensou...
Essa pergunta ecoava na cabeça de Maria.
No dia seguinte Mustafá, foi até a cozinha e não viu Maria, perguntou as cozinheiras, sobre Maria, mas elas não sabia onde Maria estava. Perguntou ao motorista se Maria foi ao mercado, ele falou que não sabia. Mustafá já estava ficando preocupado, será que suas esposas haviam descobrido e a matado?!
Quando estava a caminhar pelo jardim preocupado com Maria, ele a viu regando as rosas.
Agora parecia aliviado em vê-la bem.
-Olá Maria!- disse Mustafá sorridente
-Olá sen... Mustafá- disse Maria
Mustafá iria falar alguma coisa quando um gato, passou correndo por Maria e grudou na perna de Mustafá. Ele pegou um gato no colo, olhou com pena para o gatinho.
- Que fofinho!- disse Maria encantada
- Realmente, muito fofinho.-disse Mustafá sorrindo de canto
- É a primeira vez que vejo você sorrir- disse Maria
- Não costumo sorrir muito- Disse Mustafá já serio de novo- Você que me faz sorrir
Maria corou.
- Não precisa ficar assim Maria, mas confesso, você fica muito fofa corada.- disse Mustafá sorrindo novamente
-O-obrigado- disse Maria
Ao longe, sem eles perceberem estava uma das esposas de Mustafá, Adilah, a terceira esposa de Mustafá. Ela viu Mustafá entregando uma rosa a Maria. O sangue Adilah ferveu.
Quando Mustafá entrou em casa, Adilah o parou
- Mustafá, eu vi você e aquela maldita, empregada- disse Adilah furiosa- Se você não se livrar dela, eu juro que vou falar para todos e você será apedrejado até a morte.
- Você está maluca?! O que quer que eu faça?! que eu a despeça?!- Disse Mustafá incrédulo com o que Adilah disse
- SIM! Quero que a mande embora de preferência hoje!- respondeu Adilah ainda irritada
- Mas...eu... a amo.-disse Mustafá
-a... ama? a ama?! A AMA?! ENTÃO VÁ COM ELA, CASE-SE COM ELA, E SEJA APEDREJADO ATÉ A MORTE! E COM ELA JUNTO!-disse Adilah extremamente irritada...
- Você sabe que nunca serei o mesmo, após Maria, sabe que nunca amarei nem você, nem ninguém igual amei Maria- Mustafá, já estava triste de pensar que Maria deveria partir
- Mande-a embora o mais rápido possível!- disse Adilah
- Deixa ela ficar mais alguns dias para ela se organizar, por favor- pediu o califa
- Está bem, você tem uma semana!- disse Adilah
Após toda a discussão, Mustafá foi direto conversar com Maria.
- Olá Maria, está tudo bem?- perguntou o homem
- Claro! e o se... você?- continuou ela
- Não, mas isso não importa. Adilah disse que você poderá voltar para casa. E ajudarei você com os remédios de seu pai, você não precisará casar com quem você não ama.- disse mustafá
- Isso é sério senhor?! Nossa obrigado!- Disse Maria com um sorriso enorme em seu rosto
Mustafá sorriu de lado, para Maria não perceber, mas mesmo assim ela percebeu. Então Maria começou a fita-lo.
Uma Semana Depois
O dia que Maria iria embora, chegou rápido, mais rápido que Mustafá queria. Maria iria embora naquela tarde de sexta.
Maria Parecia meio abatida, por nunca mais ver as amigas que fez e nunca mais veria Mustafá.
Então finalmente o ônibus chegou, Maria se despediu de todos, e por ultimo despediu-se de Mustafá.
Mustafá levou Maria ao ônibus e antes de entrar, ele a puxou e a beijou.
Depois eles nunca mais conversaram ou se olharam, mas nenhum esqueceu do outro.


Nenhum comentário:
Postar um comentário